VENTO SELVAGEM
O sol deitou-se agonizando
E minha vida ficou ironizando
Com triste matizes, pintei meu céu
Da janela, o nada observo
O olhar segue para lugar nenhum
E uma leve dor de cabeça
Deixa pequenos os olhos
O analgésico seria tua presença
Tudo é tão difícil
Há em mim uma fraqueza
Em nada há franqueza
Preciso encontrar coragem
Fazer uma faxina no coração
E retirar o que de ti restou
Descuidada, sinto saudade
E me perco em prantos
Os dias parecem sem fim
Silenciosa fico bordando
Manuseio as agulhas
Com mãos trêmulas e suadas
Não rende o deslizar do fio
Em cada ponto vou recordando
Sinto pulsar triste o coração
Estremeço ao pressentir
Estou te sentindo
Passeio em teu pensamento
E te escuto dentro de mim
Uma voz que me chama
E acende uma chama
Um amor tão grande assim
Não entra em luto num instante
E jogar nossas alianças, onde?
Sozinha não sou nada, ninguém
Sou vaga-lume sem luz
Fechadura sem a chave
Bilhete sem remetente
Nunca mais de joelhos cairei
Mesmo na vida tropeçando
Figura frágil nunca mais!
Visto-me agora de tempestade
Sigo em busca da felicidade
No mundo cairei
Vento selvagem serei
Marillena Salete Ribeiro
dez/10/1999
(hoje faz seis meses do meu divorcio)
Este texto encontra-se protegidos pela Lei Brasileira nº. 9.610, de 1998, por leis e tratados internacionais.
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