20070909

RUMORES
Marillena Salete Ribeiro
Videira/SC0
1/07/2002
Quando a noite estiver silente
Creia-me, não estarei contente!
Sem tê-lo aqui, não há inspiração
Há somente um coração em devoção
Os passos de minh'alma são controlados
Por tristes sonhos distantes e desolados
Desejo o toque, fico suspirando e
Perco-me em devaneios sem respirar
Sou sombra perdida no meio caminho
Sem tê-lo aqui, não há carinho
Ouço calada uma canção sem fim
Que fala de saudade e dói sim
Ferindo e machucando o coração
São rumores, apenas uma canção!
Sem saber ao certo onde devo ir
Pinto um arco-íris para sorrir
A cruel solidão tudo vai ceifando
Sozinha, perdida continuo andando
A distância nao acalma medos
Nem se seca lágrima sem dedos
Há somente palavras de amor
Que já não curam mais a dor
Não há sabor no beijo desejado
O sexo solitário está cansado
O vigor não se renova
Pondo a vida à toda prova
Rumores uivam bravos no ar
Gritando, lamentando, implorando
para nao te esquecer e me diz
que ainda devo te esperar!
Este texto encontra-se protegido pela Lei Brasileira nº. 9.610,de 1998, por leis e tratados internacionais. Direitos autorais
ROSAS DE PLÁSTICO
Marillena Salete Ribeiro
Videira/SC
2002
Um homem na varanda, sentado
Cuidadosamente observa a natureza
Pensamentos passeiam, vagueiam
Sua infância vem á tona
Lembra-se das árvores que existiam
Recorda da natureza, intacta
Brincadeiras com bichos...pensa em traduzir hoje
O que é ecologia
O rio era limpo, cristalino
Havia peixe em água límpida,
Pura e transparente
Pensa, agora é o lixo
Quem cuida do rio é o desleixo
Em sua memória, com imagens paradas
Fragmentos de saudades
Busca capturar velhos tempos
Imagens do verde e flores silvestres
Vagueia em lembranças
Saudoso, suspira fundo
Mil idéias vem á cabeça
De como fazer para salvar
o que resta da natureza
onde havia vida e pureza
Da varanda, o homem olha em volta
Tenta sorrir...não consegue
Não vê mais a casa da infância
Com jardins e muito verde
Os olhos ficam embaçados...amanhã restará árvores?
Como respirar daqui alguns anos?
A varanda é a vida do homem
Cercado de barras de aço e cimento
O homem levanta-se e vai regar
No jardim suas rosas
Mas, suas rosas são de plástico
(Este texto encontra-se protegidos pela Lei Brasileira nº. 9.610, de 1998, por leis e tratados internacionais.)
RUAS DA VIDA
Marillena Salete Ribeiro
Eu, caminhante errante também errei
E por onde andastes nunca passei
Peregrinei por mundos ingratos
Acompanhada sempre de maus tratos
Se há espaço como dizer, afirmar?
E, ainda há tempo para amar?
Poder tranquilo repousar
E quem sabe livre sonhar
O que encontrei em outros braços, fadiga
Nada ficou, nem mesmo uma cantiga
Pela dor e lamentos fui vencida
Navego ainda numa incerteza
Não sei como fazer a partida
E sonho com uma vida mais leve
19-12-2004
SAPOS E PRÍNCIPES
Marillena Salete Ribeiro
Videira/SC
2002
Quantos sapos hei de beijar?!
Quantas bocas hei de tocar?!
Quantos lamentos, tristezas!
Das bocas beijadas, tantos sapos
Desilusões, tristezas, infelicidade
Por onde andará meu príncipe?!
Contos de fadas, sonhos tristes!
Quisera do sonho despertar, viver
Ser despertada, beijada suavemente
Sem mais o abraço do silêncio, solidão
Sair voando pelo mundo sem rumo, ilusão!
Quantos sapos hei de beijar?!
Quantas amarguras hei de amargar?!
Há sapos que chegam só para brincar
Há sapos que chegam só para curtir
Há sapos que se apaixonam, não eu
Por onde anda meu príncipe?!
Aquele do meu sonho encantado!
Romântico, meigo, verdadeiro, fiel
Onde ele andará neste instante?!
Onde se esconde meu príncipe?
Ainda habita em mim a menina
Que sonha, que sonha, que sonha
Diga-me por favor!
Onde está meu príncipe?!
Aquele da minha realidade
Das minhas verdades
Cansada estou, cansada, cansada
De tantos sapos beijar e sozinha ficar
Sabes onde está adormecido meu principe?
Ajude-me por favor, aponte-me a direção!
Não quero mais sapos beijar
Vou sossegar meu ser e esperar
Não sei onde e nem como
Mas, meu princípe está por chegar
E sapos nunca mais hei de beijar
Este texto encontra-se protegidos pela Lei Brasileira nº 9.610, de 1998, por leis e tratados internacionais
SAUDADE
Marillena Salete Ribeiro
Saudade é uma dor sussurrada
Meu amor se foi, ficou saudade
E uma dor ardida n'alma parada
Onde fores eu vou, no pensamento
Este é o meu único juramento
E viverei nessa dor, saudade
Saudade que faz minh'alma desfalecer
Numa palavra, por ora, soletrada
Estou sem anoitecer e sem amanhecer
Pousei num lugar qualquer, acabada
Quem sabe é o fim da minha estrada
Meu ser é um farrapo, trapo
Haverá para esse amor absolvição?!
Para minh'alma a salvação?
Esse amor ainda não passou
Quisera vê-lo só mais uma vez, aparição
Todo meu ser nessa dor atrofiou
Sair do passado, recomeçar, sem solidão
Seria justo, sem dor e sem lamentação
Saudade, é a dor do amor que não está
É ver sofrendo, o sentimento ruir
E não poder mais os sonhos esculpir
Estou sentindo tanta saudade
Não posso ficar e nem correr
Estou dentro dessa enfermidade
Desse mundo, quero desaparecer
Onde estiverem seus passos quero ir
Preciso ainda te seguir
Quem sabe um dia, morra essa saudade
E para mim retorne, se não você
Quem sabe a serenidade
Podes ir meu amor!
Até a saudade não passar
Fico eu, com a minha dor!
Guarulhos - São Paulo
10/6/2000
Este texto encontra-se protegido pela Lei Brasileira nº. 9.610,de 1998, por leis e tratados internacionais. Direitos autorais
SE...
Marillena Salete Ribeiro
Se teus olhos, ao me ver
O coração precisa tutela
Eu preciso de ternura, afeto e amor
Sempre com muita cautela
Se és outono, sou eu tua primavera?
Sonho com olhar perdido e macio
Seria mais um falso amor?
Daqueles que meu coração se entrega
Despido de tudo, puro e carente
Se fosses meu jardineiroa vida seria mais florida
Nao estaria tão perdida numa multidão de estrelas
Estaria acima das tempestades
E coragem teria de declarar-me
Se fosses ladrão? Ès ladrão
E já fez a ocasião, roubaste-me
A paz, os pensamentos e suspiros
"Hoje sou tão você, que sinto até
Saudade de mim"
O paraíso te pertence, é todo teu
Meu sorriso é todo teu
Tímido, medroso e vezes triste
Mas, meu sorriso te pertence
Ès meu muro de arrimo
Como?
Assim, mimando-me
Distante, mas presente
Já sou aprendiz...
Ainda nao sei por onde enredar
Estou confusa...
Se quero me comprometer...ou me guardar
Por favor! Não feche a cortina ainda
a cena está começando
E ainda não foi escrito o final
Este texto encontra-se protegido pela Lei Brasileira nº. 9.610,de 1998, por leis e tratados internacionais. Direitos autorais
SE EU FOSSE
Marillena Salete Ribeiro
Se eu fosse poeta
Em um verso solto
Diria o que quero da vida
Quem sabe, viver livre
Onde a paz e a delicadeza habitasse
E com a felicidade me casasse
Livre de preocupações e medos
Em versos suaves iria compor
Poesias que não houvesse passado
E o amor fosse única composição
Mergulharia numa nota
E faria uma singela canção
Boiaria n'água de tua boca
Nadando até a alma sonhada
Mas, sou uma verso perdido
Um pássaro de asa ferida
Com uma vida partida
E erros tantos cometidos
Não haverá amanha
E esse amor em versos
Comporia, se eu, fosse poeta
Este texto encontra-se protegido pela Lei Brasileira nº. 9.610,de 1998, por leis e tratados internacionais. Direitos autorais
Se eu pudesse falar com Deus
Marillena Salete Ribeiro
Dez/2003
Senhor!
Ensina-me perder a rigidez dos joelhos
Não mais sei curva-los diante de Ti
Ensina-me Senhor tirar as lentes escuras
Que cegam meu olhar para pequenas coisas
Tenho desfrutado de bons momentos
Mas, gananciosa quero mais e maisSenhor!
Sinto inveja, raiva, mágoas
Há sentimentos feios dentro de mim
Tenho sido abençoada, tenho saúde
Mas, não basta Senhor, quero mais
Senhor!
Cala minha boca
Quando duvido de Sua luz
Ensina-me ouvir e sentir mais
Suaviza um coração que sangra vez em quando
Faça que minha boca se cale, se feche
Quando maldigo, praguejo e amaldiçôo
E a oração do momento é a ira
Senhor!
Abra meus ouvidos
Para sons de paz e de amor
Diga-me como perdoar
Na sua verdadeira essência
Não sei mais conjugar este verbo
Senhor!
Ensina-me caminhar lentamente
Sem pisar e esmagar os outros
Que meus semelhantes nao sejam
Degraus para minha subida
E se tiver que cair, que seja aprendizado
Quero aprender levantar do chão
E saber que estou em pé e posso seguir
Senhor!
Diga-me como ser paciente
Com as pessoas que me rodeiam
Sabendo que elas sao diferentes de mim
Que a velhice não é estorvo
E há muita sabedoria que tenho que ouvir
Que Seu amor Senhor, seja legado!
Senhor!
Ensina-me entender que a vida é um prazer
Que amanhã posso partir e não mais retornar
Que devo ser grata quando me deito e
Quando me levanto, pois, ainda estou viva!
Amém!
Videira/SC
Protegido pela Lei 9.610 de 19-02-98-art.184 -do Código penal em favor dos Direitos Autorais
SEM DIREÇÃO
Marillena Salete Ribeiro
Quisera agora que um feixe de luz
Ultrapasse as cortinas e viesse paz
Não há consolo e nem essa luz
O desanimo rende minha defesa
O coração em pedaços, tristeza
Sem saber de mim, estou falida
E num canto da vida, perdida
Nem o sol anuncia mais um dia
Perdi tudo, nem sombra da alegria
E a razão de viver esvai, sangra
A sentença foi decreta, perda total
Do sonho, nada restou, é fatal
Perdi a guerra e a batalha
A lagrima pelo chão se espalha
A guerreira habitante de mim, morreu
O querer, o lutar, o sonho esmoreceu
Assim, na memória, ficará a falência
Tudo que sonhei, é agora impotência
Com vergonha, vou saindo, sofrida
Sem saber ao certo a porta de saída
Estacionarei a vida nessa amargura
Para ver até quando essa queda dura
Este texto encontra-se protegido pela Lei Brasileira nº. 9.610,de 1998, por leis e tratados internacionais. Direitos autorais
SE EU PUDESSE REVER TUDO
Marillena Salete Ribeiro
Videira/SC
2002
Se eu pudesse rever tudo
Resgatar a juventude perdida
Faria tudo diferente!
Se eu pudesse rever tudo
Jamais perderia a coragem
Amigos não perderia
Amores vieram e foram
se foram, não eram amores
Se eu pudesse rever tudo
Não me permitiria enfraquecer
Minha paz, ninguém roubaria
Aceitar derrotas, recusaria
Não lamentaria, nem prantos teria
Minha juventude não ceifaria
Perdendo-se em tristeza
Esmagando a pureza
Se eu pudesse rever tudo
Mesmo que, num último suspiro
Não cometeria tantos erros
Andaria com pés nus no chão
Teria percebido quão belo
é o sentir, o viver, o amar
Entenderia tudo com mais suavidade
Seu pudesse rever tudo
Os que me amam
Não me afastaria
Asneira não falaria
À ninguém ofenderia
Tantos, não magoaria
Se eu pudesse rever tudo
Meu sapato jogaria
Meu cabelo soltaria
Minha mão estenderia
Meus sentidos sentiria
Meu coração abriria
Seria mais paciente
Viveria mais contente
Se eu pudesse rever tudo
Todos os dias ensolarados amaria
Os dias nublados respeitaria
Nas noites de luar, sonharia!
Se eu pudesse rever tudo
Não, não quero rever nada
O paraíso é o instante presente
Os anos dourados são futuros
A lágrima, o vento aspira
A vida é dádiva, é sonho e futuro
desnudando a alma
Tudo tem calma e urgência
O ontem não mais existe
O hoje é estar e ser
O amanhã ainda nem chegou
Que prazer tem a vida vivendo-se de passado?!
Este texto encontra-se protegidos pela Lei Brasileira nº 9.610, de 1998, por leis e tratados internacionais.
SEM MEDO E SEM PECADO
Marillena Salete Ribeiro
Videira/SC
19/11/2001
Quisera eu ser portadora
Da chave que tem teu coração
Cravar minhas reais intenções
Minhas crenças
Todas as previsões e
Fazer do amor a serenidade
Jamais um desafio
Preciso manter sã minha mente
Não distorcer meu caráter
Desviar minha fé, nunca
Individualidade sempre
Ser firme nas afirmativas
Coragem como lema
Diga-me, por favor!
Como posso manter-me assim!?
Se hoje sou metade de mim!
Penetra minha natureza
Naturalmente satisfaz meu coração
Habita meus poros e o pensamento
Hoje, sou só aceitação
Assim, longe e distante...que hei de fazer?
Da vida sou rompimento
Do amor sou nascimento
Meus sonhos são reais
Sentidos e nascidos dentro de mim
Quero distância da utopia
Sou a expectativa sadia
Verdade, paz e harmonia
Sou da atualidade
Esse amor é milenar
Não sei de era de áries
Nem imagino era de aquário
Sou o momento vivido
Sou metade de mim
Pois, para viver esta era
minha outra metade está aí
Não quero saber de regras
Pouco importa a lei
Muito menos religião
Quero configurar meu ser ao teu
Unificando nossas vidas
Num tratado de fidelidade
Vivendo esse amor de forma universal
Que entre quatro paredes
Compacte-se o universo
Quero despertar em teus braços
Sem medo e sem pecado
Este texto encontra-se protegido pela Lei Brasileira nº 9.610, de 1998, por leis e tratados internacioanais
SENTIR
Marillena Salete Ribeiro
Guarulhos -SP
1998
Ah! Que espera ardida
E uma dor no peito contida
Num sentir doente e perdido
Nada ameno e ferido
Posso sentir tudo
Sentir um abandono agudo
De um amor corroído
Viver num mundo obscuro
Com medo de tudo, ate do escuro
Posso desintegrar totalmente
Mas não posso deixar de esperar
Assim tão facilmente
Tenho o direito de ainda sonhar
Como do peito o sentimento extirpar?
Sem ficar nenhuma escoriação
E sair rindo sem lamentação
Posso sentir tudo, tudo mesmo
Só não posso agora, morrer
Nem ao menos posso correr
Enquanto a espera, aqui persistir
Este texto encontra-se protegido pela Lei Brasileira nº. 9.610,de 1998, por leis e tratados internacionais. Direitos autorais
Ser Especial
Marillena S. Ribeiro
Quando o sol brilha, mesmo que escondido
Quando a vida tem tonalidade e um colorido
Quando o coração, de tudo se sente desprovido
Até nos dias mais escuros, o brilho é recolhido
Teu ombro é meu aconchego, é valioso
Teu carinho renova meu vigor, poderoso
Acalma meus medos, a vida fica cintilante
És especial, és parte de mim e da vida
Agora enfrento tudo, estou destemida
Para aquecer meu ser, ganhei teu calor
És um presente todo especial do amor
Carrego nas asas do amor, a paz silenciosa
Jamais viverei uma vida tão dolorosa
É a mágica da vida, num novo amor viver
Desse amor, agora, só flores quero colher
Videira-Santa Catarina
2003/fev
Este texto encontra-se protegido pela Lei Brasileira nº 9.610,de 1998, por leis e tratados internacionais. Direitos autorais
SIM, SENTI SAUDADE
Marillena Salete Ribeiro
Sim, senti saudades!...
e fico indagando-me,
Como pode, alguém chegar
acomodar-se e aconchegar
dentro do meu coração?!
Fazendo sua morada
Tornando-se hospede permanente
Sim, sinto saudade
Saudade de saber do teu dia
do teu sorriso do toque do cheiro
Te sinto quando sonho
Te sinto quando ando
Te sinto quando respiro
Te sinto quando vivo
Te sinto como a canção do mar
Videira - Santa Catarina
Este texto encontra-se protegidos pela Lei Brasileira nº 9.610, de 1998, por leis e tratados internacionais.
Sim, sou gordinha e daí?
Marillena Salete Ribeiro
Videira/Sc
2002
(...preconceito)
Que triste é sentir na pele, preconceito
Uma dor que fere e machuca o peito
Seja negro, pobre, deficiente, gordo
Nada no mundo, justifica o preconceito
Sim, sou gordinha e daí?
As curvas são delineadas, estrada
O sorriso é doce e terno. liberdade
Carregando no olhar a ternura, suavidade
Adoro chocolate, um orgasmo verdadeiro
Melhor que estar em braços traiçoeiros
Não creio em valor frio, sórdido e rançoso
Creio no amor superando tudo, esperançoso
Sim, sou gordinha e daí?
Tenho um pouco de anjo, o voar livremente
Das bruxas, herdei o feitiço, encantamento
Da mulher, a delicadeza, a feminilidade
Da canção, um coração ditando a poesia
Da música todas as notas, multiformidade
Sim, sou gordinha e daí?
Eu, sou todos os sons que a vida interpreta
Eu, sou a harmonia da sinfonia que encanta
Eu, sou a força do viver edificando tudo
Eu, creio em mim e meus valores, contudo
Não creio na sensibilidade do preconceito
Sim, eu sou gordinha e daí?
Meu espelho não mente, não me engana
Vejo refletir meu corpo e sinto minh'alma
São tantos rumores, falsos pudores
Corações de cera fria, perseguidores
Vou juntando os cacos, pondo no lixo
Não entro em conflitos, sou a paz
Sou eu amando, chorando e sorrindo
Pela vida afora, segura vou andando
Sim, sou gordinha e daí?
Sou menina, mulher, mãe, avó
Sou amiga, vizinha, tia...
Sou feirante, florista ou vadia
Sou o que eu quiser
Mas por ora simplesmente
Eu sou mulher
Este texto encontra-se protegidos pela Lei Brasileira nº 9.610, de 1998, por leis e tratados internacionais..
SÔ CAIPIRA E SOFRO DI AMÔ
Marillena Salete Ribeiro
2000
Trudia andei triste, intão quis compô
Arguma coisa qui falassi di um amô
Má cumé qui si fala, sem um rabiscadô
Lembrei, sô muderna, tenho cumputadô
Perciso fála di amô sem aquele pudô
Carece te corage pá falá do pulsadô
O coração rangue triste e fica pensadô
Perdido da vida é um véio rastejadô
Pá curá dô di amô carece dum rebocadô
Pá levantá a vida, e matá essa tar dô
Nem dotô é capaz di curá tamanha dô
Carece ser forte, é perciso um demolidô
Intão, si meu coração tá desesperadô
Tem qui mudá, deixá di sê tão sofrendô
Fazê umas rima e sê um grande trovadô
Encantá com poesia e sê um pelejadô
Dus sonhos num sô mais um pescadô
Agora virei realista, vô sê um cantadô
Dus amô disinganadus vô sê matadô
Mato aquela dô e percuro um novo amô
Este texto encontra-se protegido pela Lei Brasileira nº 9.610,de 1998, por leis e tratados internacionais. Direitos autorais
SOFRO
Marillena Salete Ribeiro
Videira/SC
Sofro, quando sinto saudades
Sofro, quando não te sinto
Sofro, quando pressinto
Sofro, quando barganhas
Sofro, quando não te assanhas
Sofro, quando desconfias
Sofro, quando o tempo adormece
Sofro, quando me feres
Sofro, quando falo e não respondes
Sofro, quando não me entendes
Sofro, sofro, sofro
Da tua vida estou indo embora
Sofro, pelo simples fato de te amar
E não ter nada em troca
Nem amor e nem respeito
Este texto encontra-se protegidos pela Lei Brasileira nº 9.610, de 1998, por leis e tratados internacionais.
SOMOS O AMOR
Marillena S. Ribeiro
Não há consolo tarde da noite
Quando sozinha penso em nós
Fico querendo saber se está bem
Adormecido feliz, sonhando
A saudade no escuro parece
Que dói mais forte, sangra
Esta mesma saudade que fere
Rende minhas defesas, fico indefesa
Vencida pelo cansaço e sono
Adormecerei lembrado as palavras
Que consolam meu ser, de amor
Mantendo-me inteira e suave
Adormecerei com tua imagem sorrindo
De olhar tímido e encantador
A minha razão de viver está aí
Mas, o que prevalece é o amor
Sem sentenças cruéis, sem dor
A mim, a ti, a nós, somos o amor
Videira-Santa Catarina
2003/fev
Este texto encontra-se protegido pela Lei Brasileira nº 9.610,de 1998, por leis e tratados internacionais. Direitos autorais
SONÍGRAFA
Marillena Salete Ribeiro
2004
Os sonhos, apenas os descrevo
Sou sim, uma mera sonígrafa
Descrevendo sonhos mortos
Nem mesmo interpreta-los sei
Sonhos, restaram as hostilidades
Tenho coração só e sem respostas
Sem segredos, apenas está nu
Mendigando carinho, afeto e calor
Cheio de angústia, tristeza e dor
Nos sonhos, ateei fogo, cinzas
De tudo na vida, um dia sonhei
Querendo mais uma vez renovação
Quem sabe da vida, a ressurreição
Videira-Santa Catarina
Protegido pela Lei 9.610 de 19-02-98-art.184 -do Código penal em favor dos Direitos Autorais
SORRINDO OU NÃO
Marillena Salete Ribeiro
Videira/SC2001
Certa vez li:" Ninguém morre...
Enquanto estiver vivoem nosso coração."
E, pensando nestas palavras
Sei que tudo pode ser muito
Passageiro ou eterno...
Mas, se você demorar muito para voltar,
Ocupar esse espaço, que ainda é tão somente teu
O tempo se encarregará
De matar esse sentimento.
E, não há sansão para o tempo...
Retorne logo...Pois o tempo
Se tornará assassino...
Vem, como sempre...
Sorrindo ou não...Vem!
Volte prá mim
Antes que tudo morra em mim!
Este texto encontra-se protegidos pela Lei Brasileira nº 9.610, de 1998, por leis e tratados internacionais.
SOU HABITANTE DO TEU SONHO
Marillena Salete Ribeiro
Videira-SC2002
Olho através da vidraça, vejo um vaga-lume
A lua tímida esconde-se límpida atrás do cume
No meu coração queima lentamente uma tocha
De incerteza, de medo, o coração é uma rocha
A noite caiu sóbria e a madrugada me invade
Com todos os mistérios, chega a voz, tom real
Quem sabe, buscando uma chave, amor virtual
Tateando em mim ficou a sonhada eternidade
Ouvi todos teus segredos, os amores perdidos
Dos sonhados amores, desejados e bandidos
Teus segredos guardarei, teu amor não serei
Não fosse o atraso do tempo, te perderei?!
Não há promessas, já sabias que havia um amor
Que chorar não aliviaria, não poderia roubar-me
Podes apenas sentir-me, amar e até guardar-me
No coração, n'alma, na vida, sou tua e sem dor
Sou apenas um mero capricho da tua vida
Até mesmo nua, a mulher virtual sonhada
Com mãos macias, os sonhos serão tocados
Como cada melodia que ecoa dos teclados
O tempo foi desviado antes de conhece-lo
Não há caminho comum para nós, agora
É uma trilha que vida nos mostra, por ora
Seria viver um amor sem ter-me, sem tê-lo
Sou habitante do teu sonho, sou imortal
Vale a pena sorrir, faz-me feliz saber
Que desperto teus íntimos desejos, tal
Fosse ontem, não pensaria, iria correr
Onde ninguém foi ainda, posso ir em ti
Como parceiros de segredos, não parti
Um bem querer eterno, vai permancer
A mera fantasia sempre vai enternecer
Siga, vá como a nota musical que se perde
N'alma de um sonhador, até o último suspiro
D'um amor vivido em si e para si, respiro
Viverei em teu peito, sou vitual, agora prefiro
Marillena S. RibeiroVideira
Santa Catarina
Este texto encontra-se protegidos pela Lei Brasileira nº 9.610, de 1998, por leis e tratados internacionais.
SOZINHA CHOREI
Marillena Salete Ribeiro
Fim de tarde, retornei
Para o meu lar voltei
Ao entrar senti no ar
Tudo vazio, nada ficou no lugar
Não havia nem sapatos, nem meias
Nem camisas, nem nada mais
No chão, sentei sozinha e chorei
Nenhum bilhete, nem um recado
Nenhuma bronca, nem um adeus
Engasguei no pranto e alto chorei
Solucei e em lágrimas despedacei
Agora ficou um silêncio assombroso
Eu, convivendo comigo mesma
Mergulhada nas lembranças
De todos os momentos, horas
E interrego a mim como carrasco
Onde foi que novamente eu errei?
Onde foi que me perdi, pequei?
A estrada está á minha frente
Seguir é preciso, ir avante
Mas há aridez no meu coração
E como o artesão, terei que
com as mãos remodelar a vida
Do zero partir, recomeçarda pedra bruta, arte fazer
E o que me dói, ninguém...
Ninguém me viu hoje,
nem saber se estou bem
Se chorei, se sofri...
Sozinha a dor enfrentei
Na marra a vida encarei
Soluços se perderam no espaço
Vencendo a mim e o cansaço
Agora, aqui, o silêncio é companheiro
Os versos sem rimas me seguem
Palavras perdidas no ar se perdem
Ficando eu e meus versos tristes
Num lamento ferido e doloroso
Me despeço em pensamento
E nesta lágrima magoada,simplesmente te digo...
Adeus!
Marillena Salete Ribeiro
Videira - SC
em:19/4/2007
SOZINHA COM MEU CORAÇÃO
Marillena Salete Ribeiro
2004
Sozinha com meu coração estou
O alarme disparou, prevenindo-me
Alertando-me que respirando estou
Sem lembranças, perco meu passado
Sem desejos, destruo meu presente
Sem sonhos, assassino meu futuro
E a vida inclina-se sempre para frente
Sozinha com meu coração estou
E a alma derrama-se em prantos
O coração solícito, quer sossego
A boca emite sons, palavras vazias
E ando triste sem meus contornos
Sozinha com meu coração estou
Tento demolir os muros do mundo
Como artesã vou bordando lamentos
Erros cometi, sem coragem para acertos
Sem vontade para as devidas mudanças
Olhar para cima é queimar a retina
Sozinha com meu coração estou
Vejo desvanecendo sorrisos
Ainda há uma esperança?
Cantarei uma canção, desafinada?
Semearei sementes novas?
Sozinha com meu coração estou
Queixosa, triste, em conflito comigo
Que falta?
Que se perdeu?
Que trajeto?
Será que no final encontrarei respostas?
O que causou este vácuo?
Quando meu ser descansará?
Quando meu retrato amarelar?
Santa Catarina
Este texto encontra-se protegido pela Lei Brasileira nº 9.610,de 1998, por leis e tratados internacionais. Direitos autorais
TATEANDO
Marillena Salete Ribeiro
Videira/SC 2002
Ando tateando as paredes
Deslizando as mãos sobre a vida
Tocando com as pontas dos dedos
minha cegueira é a falta desse amor
Tropeço em tudo, tropeço na vida
Tropeço na dor, tropeço na solidão
Não o enxergo, não o vejo
Assim, a vida fica sem sentido
As cores não tem matizes
O sol perdeu o brilho
A lua esconde-se mesmo quando cheia
Embriagava-me quando ouvia"EU TE AMO"
Penso, nada foi sincero
Fico prostrada, Procuro esquecer-te
Repito a mim que tenho orgulho
E quando penso que está aliviando
novamente, chegas mansinho
com andar felino
Recaída, fico perdida
Permito este amor me dominar,
Mexer com minha sensibilidade
Cego mais uma vez quando
Voltas rondar meus sonhos
Como alpinista escala meu coração
e novamente perco o rumo de tudo
E mais uma vez se vai
Fico sem saber do olhar
Esqueces que preciso deste amor
Ignoras minhas lágrimas
Pisando em meus sonhos
Desaparecendo como fumaça no ar
e tateando a vida fico mais uma vez!
Este texto encontra-se protegidos pela Lei Brasileira nº 9.610, de 1998, por leis e tratados internacionais.
TEM HORA CERTA?!
Marillena Salete Ribeiro
Tem que ter hora certa?!
Para dizer que está com saudades!?
Preciso agendar para dizer que
Gosto do cheiro de tua pele?!
Faz-se necessário hora marcada para
sentir saudades e beija-lo seja lá onde for?!
Telefonar avisando que marque hora
Para dizer que te amo?
Estou tão cansada de censura!
Estou exausta dos, aqui não, não é hora
e nunca é hora certa para nada
Até concordaria que...
fazer amor podia ter hora
Sabendo que existe um ritual
Ou lugar adequando...
Brigas por banalidade tem hora sim... nunca
Para futilidades na relação
Tem hora sim...jamais
Mas, quando se está carente...
Querendo um afago, um beijo
Um olhar malicioso e dengoso
Um sorriso, um aceno atencioso
Não precisa-se de hora marcada
Basta saber amar simplesmente
Boa vontade, e dedicação
Não és mais como antes, tudo mudou
Nao te sinto, não consigo mais
Sentir tuas mãos deslizando em minha pele
Sentir teu corpo quente junto ao meu
Sentir e ouvir as batidas do teu coração
Enquanto tuas mãos me acariciam
Abra sua agenda agora, por favor!...
anota aí, sim, com letras em negrito"
ACABOU, ELA SE FOI
"Não tem hora!!
Não tem mais você em mim
Cansei, vou embora!
E nunca mais esqueça, por toda tua vida
Para o amor não tem agenda
Nem tem hora marcada!
Agende aí, faça-me esse favor
" Adeus, acabou, nunca mais"
Marillena S. RibeiroVideira/SC
Este texto encontra-se protegidos pela Lei Brasileira nº 9.610, de 1998, por leis e tratados internacionais..