Não haverá amanhã
Se estivesse escrito em nosso destino
que
haveria cedo a morte de um de nós dois
Se Deus tivesse me confidenciado tua
partida
Não teria contemplado a dor e a tristeza
Não teria vivido de
lamento e tanta incerteza
Teria sido grande e teria em mim o perdão
mas
preferi viver de tristeza e solidão
Se eu soubesse que não haveria
amanhã
nem para você e nem para mim...
Que nós dois, não mais
existiria
Certamente você não partiria sozinho
Junto contigo eu iria
Existiu tão somente, eu e você
Distantes, cultivando
ressentimentos
eu, não soube decifrar meus sentimentos
Quem sabe, para
você teria voltado
Teria aceito tua proposta, retornado
Coisas feias não
teria falado
nem teria sofrido tanto sozinha...
Se Deus tivesse me
dado um sinal apenas
que para você nunca mais haveria amanhã
e sozinho
partiu naquela gelada manhã
Certamente, o meu orgulho teria engolido,
as
mágoas, até as lagrimas teria secado
e a mim e a você teria
perdoado
Se tivesse tido uma previsão somente
que nunca mais saberia
de você
e partiria sozinho, levando contigo tudo
Eu, teria revisto meus
conceitos
e não permitiria que sofresse sozinho
Ficaria contigo até o
ultimo suspiro
E morreria junto, junto partiria
só para não ir embora
sozinho
E não ficar naquele túmulo sozinho
Se eu soubesse que irias
partir para sempre
e flores, eu, depositaria num túmulo gelado
Dentro de
mim teria tudo mudado...
Não teria fugido de você, teria te abraçado
como
o abraço no dia do meu aniversário...
nesse ultimo aniversário, dias entes de
você partir
Quando tua mão veio a mim, estendida
nem foi num tom
cerimonioso, o abraço
veio estremecer nossos corpos
para me desejar feliz
aniversário
Havia em nós o desejo d'um abraço
do sentir o cheiro um do
outro
com tons e sons de despedida
Se eu soubesse que seria para
sempre
que tanta dor e remorso amargaria
Saber, ao despedi-lo da minha
vida
Teria repensado, lutado mais deveria
não teria te entregado
facilmente
E assim foi nossa vida, minha vida
Nunca mais comigo, e
agora
nunca mais com outro alguém...
Se eu soubesse que jamais iria
te ver novamente
naquele sorriso maroto e contente
Teria feito menos
besteiras, sem vingança
sem lagrimas, sem sofrer e sem cobrança
Mas, eu,
não sabia que não haveria amanhã
Se eu soubesse que sozinho
partiria
Teria implorado para ir junto...
Sem temer a morte, sem temer
nada
teria ido junto, com certeza, iria junto
Se eu soubesse que
aquela rosa vermelha
onde, junto ao teu corpo depositei
e a mais dolorosa
lágrima chorei
quisera fosse de comemoração
...não foi, foi com uma
oração
Nela depositei sentimentos
que jamais se apagaram dentro de
mim
Se eu soubesse que iria doer tanto
Que fui rude, insensata,
incoerente
e não soube interpretar os sinais
teria voltado atrás, teria
entendido
e nesse mar de lagrimas, não teria me perdido
Hoje, dói em mim essa perda, essa saudade
estranha saudade, que bate e
fere
Que rasga e sangra minh'alma
Teria feito tudo diferente
e não
teria partido sozinho, certamente
Eu iria junto, nada mais temeria
Contigo
para o universo partiria
Suaves, em cometas viajaríamos
Se eu soubesse que...
Não vi nada, no meu orgulho ferido ceguei
e de
saudade, saudade, saudade chorei
Na dor e tristeza tropecei...
Somos feito
desses amores eternos
Que são para sempre, sempre!
Se eu soubesse que me deixaria
E feito um homem alado,
no universo
passeia, voa
Não ficaria remoendo tristezas e dor...
Mas não soube antes,
não pude evitar
E foste embora...sem ao menos um adeus
Deixando todos na
dor a chorar
Temos ainda uma história pendente
quem sabe, quando eu
partir
resolveremos tudo, ou de vez separaremos
ou então, numa próxima
vida
juntos retornaremos
e esse amor resgataremos
Se eu soubesse...
Não soube, então, digo em pranto
Eu, perdidamente
te amei
Perdidamente te perdi
Doentiamente amarguei
Agora, não tem o
que fazer
Nem posso de volta te trazer
Vá, siga, teu destino aqui findou
Comeces uma nova vida
"Descanse em
paz"
Logo, contigo estarei, eu garanto!
( Nelso, que Jesus te receba e te cuide )
Marillena Salete Ribeiro
Videira - Santa Catarina
2006
Este texto encontra-se protegido pela Lei Brasileira nº. 9.610,de 1998, por
leis e tratados internacionais. Direitos autorais
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