ESPERA DE UM AMOR VIRTUAL
Na fotografia d'um casal virtual
não existe o antes e nem depois
Está tão somente no negativo
Vive-se o amor de forma aflitiva
Há um certo cansaço na espera
Um sentimento que não coopera
Um desejo retido, contido, sofrido
Sem arrepio na pele, sem toque
Sem nada real que provoque
Ficar á espera d'um amor virtual
é vagar ao léu, sem sombras
sem toque, sem perfume e
a alma vivendo de queixumes
Fica-se do desejo as sobras
D'um nada tocado e sentido
...algo triste e tão sofrido
Há solenidade no encontro virtual,
é como se tudo fosse real
Na tela o nome aparece
prende-se a respiração
contendo toda a emoção
Há uma espera ansiosa,
num sentimento de posse
numa relação triste, nebulosa
Um grande desafio a ser vivido
sem saber se irá morrer no virtual
ou se viverá no mundo real
Triste é ficar esperando
o tal grande amor virtual
e o mundo real ir desapropiando
Ah! Nesse mundo doido
tudo pode ser vivido
e tudo pode ser sentido
A morte d'um amor virtual
è a morte de um amor real
Doloroso sepultar um amor virtual
Com direito a lágrimas, lamentos
Sem nem ao menos ter sentido
Um abraço, um afago, um beijo
e do coração ser despejado
A espera d'um amor virtual
não é um mero ritual
é sentir um desejo muito real
Marillena Salete Ribeiro
Videira/SC
2001
Este texto encontra-se protegido pela Lei Brasileira nº 9.610,de 1998, por leis e tratados internacionais. Direitos autorais
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